Figurado de Barro, Geração Ramalhos
António Manuel da Mota Ferreira, conhecido por António Ramalho, nasceu em 1969, em Galegos S. Martinho, Barcelos e contacta com esta arte “desde que nasceu”. Sendo filho da barrista Júlia Ramalho (1946) e bisneto da Rosa Ramalho (1888-1977) não poderia ter sido de outra forma.
Tinha 8 anos quando a sua bisavó morreu, mas foi idade suficiente para se recordar da barrista e vários familiares que faziam o bulício na casa da Cova, onde a bisavós trabalhava.
Tal como os seus irmãos ajudava a mãe naquilo que podia, “a preparar o barro porque há muitos anos atrás não trabalhávamos com máquinas, utilizávamos o aloque, o barro era amassado com os bois, tudo manual”.
Em 1989 saiu fora do país, onde viveu durante um período em Inglaterra e posteriormente em França. Essa experiência, fundamental na sua vida, permitiu-lhe ver e sentir o “mundo”.
António Ramalho é da geração Ramalhos, seguiu as pisadas da mãe, mas dá um cunho próprio às suas peças e está a criar igualmente o mundo peculiar onde privilegia o vidrado em tons de verde, para se distinguir da marca da mãe que utilizava essencialmente o vidrado castanho.
António Ramalho por vezes trabalha em parceria com artistas plásticas. No inicio de 2024, foi realizada na RAMPA, cidade do Porto , uma exposição "Joaquim - O Conde Ferreira e o seu legado". A artista plástica Barbara Neves Alves concetualizou as obras realizadas por António Ramalho. No caso do Infiltrado sugeriu "tem muitas mão estendidas, quer sentir o mundo ouvir, sarar feridas".
A sua irmã Teresa é professora de inglês e alemão e cria pontualmente algumas obras.
Assinatura: AR
Referências: Arquivo Museu da Olaria de Barcelos; Arquivo do António Ramalho.





